Uma vistoria do Ministério Público Estadual (MPTO) encontrou lixo, baratas nos móveis, fezes de pombos nas janelas, camas com defeitos e mais uma série de irregularidades no Hospital Geral de Palmas (HGP). O órgão informou que irá propor uma ação civil pública na Justiça estadual para que os problemas sejam resolvidos.
Segundo o MPTO, a inspeção aconteceu na ala de ortopedia, localizada no terceiro piso do hospital. Durante a vistoria realizada na quarta-feira (30) pacientes, acompanhantes e servidores fizeram novas reclamações.
Conforme as denúncias, a limpeza de alguns ambientes tem sido feita pelos próprios familiares com materiais comprados por eles. O relatório do Ministério Público afirma que “foram observados indícios de mau acondicionamento de lixo e precariedade na higienização”.
Além disso, foram encontrados quartos com aparelhos de ar-condicionado quebrados, lixo em leitos e corredores, vazamentos de água em banheiros, bebedouro danificado, baratas nos móveis, teias de aranha no teto, corredores com pacientes em macas, falta de pessoal, e cirurgias constantemente remarcadas.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) disse que nos últimos meses foram contratados 140 auxiliares de serviços gerais e há uma licitação em andamento para contratação de uma empresa especializada. A pasta pontuou que a manutenção dos aparelhos é feita de forma periódica e já possui processo de aquisição de novas unidades para a reposição em caso de necessidades.
Sobre as cirurgias remarcadas, a SES informou que “a realização de cirurgias de urgências e eletivas segue de forma regular e ocorrem seguindo critérios de avaliação médica que seguem os protocolos do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme a lista de espera, ordem de chegada e critérios de gravidade do quadro clínico” (Veja íntegra da nota ao final da reportagem).
Conforme o MPTO faltam funcionários na ala de ortopedia. No dia da vistoria somente três técnicas de enfermagem estavam cuidando de 29 pacientes internados no setor, uma média de quase dez internados por profissional de saúde. De acordo com a legislação, cada técnico deve cuidar de até cinco pacientes por vez.
Segundo a SES, o HGP tem uma alta demanda de pacientes e o Governo do Tocantins tem promovido a ampliação dos serviços com contratação de profissionais, entrega de equipamentos e ampliação da estrutura.
Problemas persistem
O Hospital Geral de Palmas é o maior do Tocantins, referência nos atendimentos de alta complexidade, e recebe pacientes de todo o estado. No dia 5 de junho outra inspeção surpresa do MPTO havia encontrado pacientes aglomerados em corredores, sujeira em excesso e falta de funcionários.
De acordo com o promotor Thiago Ribeiro Franco Vilela, foi feita uma audiência administrativa com representantes da SES e da diretoria do Hospital Geral de Palmas, com promessas de soluções, mas a situação não mudou.
“Recebemos as primeiras denúncias e viemos ao Hospital Geral de Palmas em junho. No mesmo mês, realizamos uma audiência na sede da Promotoria de Justiça para resolver as questões de abandono, mas, até agora, a situação é de aparente descaso com a população tocantinense. Teremos de resolver isso judicialmente”, disse o promotor.
Íntegra da nota da SES
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que o Hospital Geral de Palmas (HGP) é referência em alta complexidade do Sistema Único de Saúde (SUS) para a macrorregião sul do Estado, com uma alta demanda de atendimentos e o Governo do Tocantins nos últimos anos tem promovido a ampliação dos serviços com contratação de profissionais, entrega de equipamentos e ampliação da estrutura.
Sobre os ar-condicionados, a SES-TO pontua que a manutenção dos aparelhos é feita de forma periódica e já possui processo de aquisição de novas unidades para a reposição em caso de necessidades. Para a instalação de novos, a Pasta esclarece que a capacidade energética do hospital já se encontra no seu limite de operação. Para atender a necessidade, foram elaborados os projetos para instalação de nova subestação de energia, a demanda encontra-se em validação pelos órgãos competentes para posterior execução.
Sobre a limpeza da unidade, a SES-TO pontua que nos últimos meses foram contratados, 140 Auxiliares de Serviços Gerais. Destes, 122 seguem ativos e o processo de contratação segue em aberto, além da licitação em andamento, para a contratação de empresa especializada.
A SES-TO enfatiza que a realização de cirurgias de urgências e eletivas segue de forma regular e ocorrem seguindo critérios de avaliação médica que seguem os protocolos do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme a lista de espera, ordem de chegada e critérios de gravidade do quadro clínico.
Por Brenda Santos, Núbia Istela, g1 Tocantins e TV Anhanguera
