Um mapeamento aerogeofísico está sendo realizado em cidades do sul e sudeste do Tocantins para identificar locais com potencial para mineração. O levantamento é feito por meio de uma aeronave equipada para registrar variações do campo gravitacional, radiação e magnetismo no subsolo.
Conforme o geólogo da Agência de Mineração do Tocantins (Ameto), Sanclever Freire Peixoto, o mapeamento deve passar por 20 cidades do Tocantins (veja lista dos municípios abaixo).
“Embora as técnicas empregadas sejam voltadas principalmente à prospecção de minerais metálicos como cobre, ouro, zinco, chumbo, prata, ferro, manganês, níquel, elementos de terras raras, dentre outros, fundamentais para a transição energética. Os dados gerados também oferecem inúmeras aplicações como na agricultura, gestão ambiental e planejamento territorial”, contou.
A pesquisa é coordenada pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) e conta com investimentos de R$ 10,5 milhões do Novo Programa de Aceleração do Crescimento. No Tocantins, a base do projeto fica em Porto Nacional.
Os serviços em solo tocantinense são feitos pela empresa LASA Prospecções S.A. (Xcalibur Smart Mapping) e começaram no fim de outubro, com previsão de encerramento em dezembro de 2025.
O último levantamento aerogeofísico feito no Brasil ocorreu em 2015. Conforme o diretor de Geologia e Recursos Minerais do SGB, Valdir Silveira, o Tocantins é um estado prioritário por causa de seu potencial geológico.

“A prioridade a gente se baseia no potencial geológico que a região nos fala. A geologia que a gente conhece, mas que ainda precisa conhecer mais, demonstra o estado com um grande potencial para conter depósitos de bens minerais para transição energética e para segurança alimentar, que é para o agronegócio. A gente acredita que o Tocantins seria uma nova fronteira para o setor mineral do Brasil”, explicou.
A partir das informações coletadas será possível identificar os locais onde há presença de minerais ou não. Com essas informações, gestores dos municípios podem organizar o crescimento das cidades e locais de preservação.
Como funciona o mapeamento
Para fazer o mapeamento é necessária uma equipe de pilotos, geofísicos, geólogos, programadores e especialistas em processamento de dados, conforme Sanclever. O avião tem um sensor na ponta da cauda e voa a 100 metros de altura. Dentro dele, estão instalados equipamentos que farão a coleta de informações das áreas sobrevoadas.
“Começa a fazer a leitura de magnetometria, que é o campo magnético. Ele mede o campo magnético terrestre, mede o campo gravimétrico terrestre e mede a gamaespectrometria, ou seja, faz três medições ao mesmo tempo. São leituras contínuas de pulsos eletromagnéticos. Os instrumentos medem e depois isso é transformado em imagem”, explicou o diretor de geologia.
A aeronave voa em linhas de norte a sul, em uma distância de 500 metros de um ponto ao outro, até cobrir a área de análise. Por isso, será comum ver o avião ir e voltar em um determinado espaço.
“Essas medições são feitas ao longo de linhas de voo preestabelecidas, que permitem identificar estruturas geológicas e potenciais depósitos minerais sem a necessidade inicial de sondagens diretas”, contou Sanclever.

Conforme o Serviço Geológico do Brasil, o programa faz uso de alguns métodos geofísicos, como:
- Eletromagnético no Domínio do Tempo – mapeia a distribuição de condutividade elétrica no subsolo, utilizado na exploração de minerais como cobre, grafita e níquel, além da pesquisa de águas subterrâneas;
- Gravimetria Strapdown – mede variações no campo gravitacional terrestre, essencial para compreender a arquitetura litosférica profunda e localizar novos depósitos minerais;
- Magnetometria – usada na exploração de minerais metálicos, mede variações no campo magnético terrestre e identifica estruturas geológicas;
- Gamaespectrometria – detecta emissões de raios gama de isótopos presentes no solo e nas rochas, sendo fundamental para o mapeamento geológico;
- Gravimetria Gradiométrica – tecnologia avançada que permite o estudo de contextos tectônicos e a descoberta de depósitos minerais em alta resolução.
O mapeamento aerogeofísico deve ser realizado em todo o país, como parte do Plano Nacional de Mineração 2030/2050, do Plano Decenal de Mapeamento Geológico Básico (PlanGeo) e do Plano Plurianual da União (PPA).
Cidade onde será feito o mapeamento no Tocantins
- Almas
- Arraias
- Aurora do Tocantins
- Chapada da Natividade
- Combinado
- Conceição do Tocantins
- Dianópolis
- Lavandeira
- Natividade
- Novo Alegre
- Novo Jardim
- Paranã
- Pindorama do Tocantins
- Ponte Alta do Bom Jesus
- Ponte Alta do Tocantins
- Porto Alegre do Tocantins
- São Valério
- Silvanópolis
- Taguatinga
- Taipas do Tocantins



























