CNJ apura denúncia contra desembargador e juiz do Tocantins por suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro

Investigação aponta suposto enriquecimento ilícito, recebimento de propina, uso de laranjas e vazamento de informações sigilosas por magistrados do TJTO.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) instaurou uma investigação para apurar graves denúncias contra o desembargador Pedro Nelson de Miranda Coutinho e o juiz Jordam Jardim Silva, ambos do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO). A investigação foi aberta a partir de um pedido de providências protocolado em julho, com base em uma denúncia anônima que apresenta indícios robustos de corrupção, lavagem de dinheiro e favorecimento judicial.

De acordo com a documentação encaminhada ao CNJ, os magistrados são suspeitos de movimentações patrimoniais incompatíveis com seus rendimentos, incluindo a construção de uma mansão avaliada em cerca de R$ 10 milhões, às margens do Lago de Palmas. O imóvel teria sido erguido em um terreno adquirido por apenas R$ 295 mil, valor considerado subfaturado, o que levanta suspeitas de lavagem de capitais.

A denúncia também cita a compra e venda de frações de imóveis rurais por valores abaixo do mercado e o uso de terceiros para dissimular a origem do patrimônio. Um dos pontos mais delicados da apuração envolve a suposta exigência de propina no valor de R$ 5 milhões, atribuída ao desembargador Pedro Nelson, em troca da concessão de liberdade ao empresário Bruno Teixeira, condenado pelo assassinato do também empresário Elvisley Costa de Lima em 2020. A negociação teria sido intermediada por um homem identificado como “Grego”.

A investigação ainda aponta possível atuação da filha do desembargador, a advogada Ana Laura Coutinho, que teria recebido R$ 629 mil em honorários advocatícios, valores que poderiam ter sido utilizados como meio de disfarçar repasses ilícitos ao pai.

Outro trecho preocupante da denúncia envolve um suposto vazamento de informações sigilosas da Polícia Federal. O delegado Mauro Fernando Knewitz, da PF, teria revelado antecipadamente detalhes da Operação Máximus ao desembargador Pedro Nelson, permitindo-lhe acesso antecipado aos mandados e medidas previstas na operação.

A documentação enviada ao CNJ é extensa e inclui fotos, vídeos, extratos bancários, pen drives, registros cartoriais e cópias de escrituras. O material foi encaminhado à Corregedoria Nacional de Justiça, ao Ministério Público Federal (MPF) e à Polícia Federal (PF), que deverão aprofundar as investigações.

Até o momento, os magistrados citados não se manifestaram publicamente sobre as acusações. O Tribunal de Justiça do Tocantins informou que ainda não foi oficialmente notificado, mas afirmou estar à disposição das autoridades para colaborar com as apurações.

O caso pode ter desdobramentos significativos no âmbito disciplinar e criminal, com possibilidade de afastamento dos magistrados e responsabilização judicial, caso as denúncias sejam confirmadas.

Por Formoso Alerta | Foto: Divulgação

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