O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), foi alvo de mandado de prisão preventiva nesta sexta-feira (27), durante nova fase da Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal. A investigação apura um esquema criminoso de venda de decisões judiciais e o vazamento de informações sigilosas no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A ordem de prisão foi expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, relator do caso. Além do prefeito, um advogado e um policial também foram presos. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em pelo menos três endereços da capital tocantinense.
De acordo com as investigações, Siqueira Campos teria recebido informações privilegiadas sobre operações da Polícia Federal e processos em tramitação no STJ. O material teria sido repassado por um ministro da Corte, ainda sob apuração. O nome do magistrado não foi oficialmente confirmado, mas apurações da imprensa apontam para o ministro João Otávio de Noronha, que nega envolvimento.
A Operação Sisamnes foi iniciada a partir da investigação do assassinato de um advogado em Mato Grosso, e, ao longo das fases, revelou indícios de corrupção envolvendo advogados, autoridades e membros do Judiciário.
Defesa nega acusações
Por meio de nota, o prefeito Eduardo Siqueira Campos afirmou ser inocente e negou ter acesso a informações privilegiadas. “Jamais tive qualquer vantagem ou informação antecipada sobre operações ou processos judiciais. Estou colaborando com as investigações para esclarecer todos os fatos”, disse.
Em maio deste ano, o prefeito já havia sido alvo de buscas da Polícia Federal, ocasião em que teve aparelhos eletrônicos apreendidos. À época, ele também negou as acusações e classificou a operação como “um equívoco jurídico”.
Vice-prefeito assume o comando da capital
Com a prisão preventiva, o vice-prefeito Pastor Carlos Veloso deve assumir interinamente o comando da Prefeitura de Palmas. Até o momento, o Executivo municipal não se manifestou oficialmente sobre o caso.
A Polícia Federal segue analisando documentos, conversas e materiais apreendidos. Novas fases da operação e novos desdobramentos judiciais não estão descartados.