A Secretaria de Segurança Pública do Tocantins (SSP-TO) anunciou nesta terça-feira (9) a criação de uma força-tarefa para investigar a morte brutal da jovem indígena Harenaki Javaé, de 18 anos, encontrada com o corpo parcialmente carbonizado no último domingo (7), na Aldeia Canauanã, região de Formoso do Araguaia, na Ilha do Bananal.
Segundo a SSP, a operação será conduzida pela 3ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), sediada em Gurupi, em conjunto com a 84ª Delegacia de Polícia de Formoso do Araguaia e apoio da Delegacia-Geral da Polícia Civil, em Palmas. O objetivo é acelerar as investigações e dar uma resposta rápida à comunidade indígena e à sociedade tocantinense.
A pasta informou ainda que, por questões de sigilo, não pode divulgar detalhes das diligências em andamento, mas garantiu que todas as linhas de investigação estão sendo apuradas.

Repercussão
O crime gerou forte comoção em todo o estado. A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) divulgou nota de repúdio classificando o caso como feminicídio e cobrando rigor na apuração e punição dos responsáveis. Entidades como o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Tocantins (Sintet), o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) e a Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins (ARPIT) também se manifestaram, pedindo justiça e medidas de proteção às comunidades indígenas.
De acordo com informações preliminares, um suspeito chegou a ser detido, mas foi liberado por falta de provas. A Polícia Civil destacou que novas diligências estão em andamento e que o caso será investigado com prioridade máxima.
Contexto
Harenaki participava das festividades na aldeia quando desapareceu. O corpo foi localizado por volta das 23h, antes do início dos shows programados para a noite, que foram cancelados em respeito à vítima. A suspeita é de que ela tenha sido vítima de violência sexual antes de ser queimada.
O crime expôs a vulnerabilidade das mulheres indígenas e reacendeu o debate sobre a necessidade de reforçar políticas públicas de proteção aos povos originários no Tocantins.
Por Daniel Bueno, Formoso Alerta